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4 de maio de 2010

Touro indomável sem destino

Foi o paraíso na Terra. Durante pouco mais de uma década, os filmes que saiam de Hollywood surgiam na cabeça dos diretores. Eram eles – e só eles – que tinham direito de levar à tela o que bem entendessem. O início foi com Bonnie & Clyde, lançado em 1967, e serviu para revelar uma geração que incluia Peter Bogdanovich, Hal Ashby, Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, os irmãos Schrader, Robert Altman, George Lucas e Steven Spielberg.

Os anos loucos em que essa turma deu as cartas estão em Como a Geração Sexo-Drogas-e-Rock’n’roll Salvou Hollywood: Easy Riders, Raging Bulls (Editora Intrínseca), livro do jornalista americano Peter Biskind com primorosa tradução de Ana Maria Bahiana. Publicado originalmente há mais de dez anos, o livro continua atual. É o mais detalhado e escabroso relato de como esse diretores – auxiliado por atores como Warren Beatty, Jack Nicholson, Peter Fonda, entre outros – assumiram o controle da produção cinematográfica americana depois da falência dos grandes estúdios.

A Nova Hollywood era ousada e atrevida. Tinha coragem para propor e realizar filmes com temas polêmicos – Máfia, Vietnã, suicídios, drogas, homossexualismo, serial killer – e dinheiro para gastar. O resultado se refletiria em filmes como O Poderoso Chefão, Chinatown, Tubarão, Ensina-me a Viver, Sem Destino e Touro Indomável.

O sonho acabaria no começo dos anos 80, com o megafracasso O Portal do Paraiso, de Michael Cimino, filme que custou US$ 50 milhões e faturou apenas US$ 1,5 milhão.Os garotos de ouro entraram em desgraça e quase todos eles enfrentaram pesada tragédias pessoais. Mas nestes 13 anos desta primavera eles ganharam muito dinheiro – e se divertiram muito.

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