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22 de junho de 2010

Futebol é coisa séria

Boa análise do jornalista e autor teatral Sergio Roveri - com quem trabalhei entre 2001/2003 - sobre um fenômeno televisivo que não para de crescer: o do repórter esportivo que se considera humorista, poeta, cronista e bufão.
Aprendiz de feiticeiro

Finalmente as pessoas se deram conta de que está nascendo um novo Galvão Bueno. Ele se chama Tadeu Schmidt, está ganhando um espaço absurdo na cobertura da Copa do Mundo e reúne todas as condições para, em pouquíssimo tempo, superar o seu mestre. Acredito que, para as milhões de pessoas que estão vendo os jogos da copa, foi uma alegria muito grande, quase uma vingança, saber que nesta segunda-feira o bordão "Cala a Boca, Tadeu Schmidt" foi o campeão de postagens no Twitter, chegando a superar o histórico Cala a Boca, Galvão. Espero que sirva de alerta para o jovem profissional, que ainda não se decidiu se é repórter, humorista, poeta, cronista ou bufão. Se ele continuar no ritmo em que está, e com o prestígio que vem recebendo da emissora em que trabalha, daqui a alguns meses sentiremos muita saudade do Galvão Bueno. E a postagem campeã do twitter provavelmente será: Volta, Galvão Bueno.


O problema é que o mundo está tão de cabeça para baixo, com os valores tão invertidos, que provavelmente ao ser informado de que virou a estrela do twitter nesta segunda, ainda que por motivos tortos, o jornalista vai respirar feliz e convicto de que está no caminho certo. Na próxima vez em que aparecer na televisão, com certeza hoje à noite, ele terá uma nova crônica tão, mas tão chata, que passaremos a acreditar que Pedro Bial é Carlos Drummond de Andrade.

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