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27 de abril de 2010

Meu nome é Jards

Homenageado recentemente com o documentário Há um Morcego na Porta Principal, Jards Macalé é um dos artistas mais difíceis e incompreendidos da MPB. Entra tantas fases, a minha preferida é a dos anos 70, quando com o disco/manifesto Aprender a nadar Jards Macalé e Waly Salomão lançaram uma nova proposta estética: a "morbeza (morbidez + beleza) romântica".

As bases da "morbeza romântica" se estruturavam na dor-de-cotovelo, na cornitude – como explicou Augusto de Campos –, e nas composições de Nelson Cavaquinho e de Lupicínio Rodrigues – ou "Lupicínico" como era definido por Macalé e Waly Salomão. Era uma espécie de fossa traduzida pelo tropicalismo. Um estilo que não perdia a ironia, a capacidade de rir de si mesmo, como comprova uma faixa do disco – Real grandeza é uma rua no bairro de Botafogo onde se localiza um dos mais conhecidos cemitérios do Rio.



Macalé e Paulo José interpretam texto de Torquato Neto.

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